sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dia da eleição de Bento XVI - 19 de abril de 2005


Eu estava lá na Praça São Pedro no anúncio da eleição de Bento XVI!




Sim eu estava lá na “Piazza San Pietro” no momento da fumaça branca e do anúncio da eleição do Papa Bento XVI. Foi uma das emoções mais fortes da minha vida!
Depois de ter ido ao meio-dia ao Vaticano e ter voltado um pouco frustrado por causa da “fumaça preta”, me programei voltar às 19h quando, segundo os jornais, sairia novamente a fumaça preta ou branca. Mas como a rádio Vaticana estava sempre repetindo que se o novo Papa fosse eleito já na primeira votação, seria anunciado pelas 17h30, pensei: não posso perder este momento histórico e por isso, mesmo que eu tenha que ficar das 17h até as 20h ou mais, vou para praça já. Falei com outros padres e fomos à “Piazza San Pietro”. Quando chegamos, em torno das 17h, havia relativamente poucas pessoas na praça. Parecia que o povo não esperava que antes das 19h fosse anunciado o novo Papa.
Meus colegas quiseram se posicionar antes do obelisco. Como vi uma bandeira brasileira bem de fronte à basílica, fui em sua direção para fotografá-la. Frei Pedro Bravo, um padre carmelita português, me acompanhou. Tirei várias fotografias e de repente vi sair fumaça do chaminé. Tive a certeza absoluta de que já havia sido eleito o novo Papa. Mas havia dúvidas porque a fumaça não era totalmente branca (nem podia ser, porque sempre é um pouco cinza pelo menos). Além disso o sino não batia, como tinha sido anunciado como um dos sinais da eleição. Eu não quis nem saber: soltei a criança que está dentro de mim e comecei a pular e gritar: “È bianca! È bianca! È bianca!” (É branca!). Nisto um repórter de uma TV portuguesa se aproximou e começou a falar em inglês perguntando se nós estávamos realmente convencidos de que era fumaça branca. Frei Pedro reconheceu pelo logotipo que era uma TV portuguesa e começou a falar em português com o repórter. Ele confirmou que era português. Pediu-nos para que ficássemos perto dele para dar entrevista sobre o novo Papa, quando fosse anunciado quem seria. A fumaça continuava a sair e nada dos sinos badalarem. Quando começou a fumaça era mais ou menos às 17h50. Às 18h escutamos uma badalada do sino. Foi uma gritaria de arrepiar na praça. Logo em seguida viu-se que era a badalada normal das 6h da tarde. Foi uma risada só. Mais ou menos 18h05 o sino da Basílica começou a se mexeu. Gritei para o rapaz que tinha a câmara da TV: “o sino está se mexendo! Focalize o sino! Temos um novo Papa”. Ele não sabia para onde direcionar a câmara. Apontando na direção do sino,  gritei: “Lá! Lá!” Ele se virou e começou a tomar imagens do sino que ainda não badalava mas tomava impulso. Quando começou a badalar, foi uma alegria contagiante na praça. Gritos: “habemus Papam”. Não me aguentei e novamente comecei a pular e gritar. O que nunca tinha feito em minha vida, estava fazendo! Comecei a sentir “um nó” na garganta e uma vontade imensa de chorar de alegria. Ao meu lado, as pessoas também vibravam e gritavam. Só quem estava ali pode entender a minha emoção e alegria. Eu nunca tinha sentido algo igual. Agora que escrevo e revivo as emoções, só posso agradecer a Deus por tamanha graça!
Depois havia a expectativa: quem é o novo Papa? Foram longos minutos de espera. Quando apareceu o cardeal designado para anunciar quem era o novo Papa, nova gritaria e emoção na praça. Mas antes disto muita gente correu até a praça São Pedro, que ficou superlotada bem como a via della Conciliazione. Não sei, mas devia haver mais de 400 mil pessoas no final e muito mais gente chegou depois. O cardeal chileno Jorge Arturo Medina Estévez pelo microfone falou: «Annuntio vobis gaudium magnum; habemus Papam: Emminentissimum ac Reverendissimum Dominum Josephum, Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Ratzinger, qui sibi nomen imposuit Benedictus XVI» («Anuncio-vos uma grande alegria, temos Papa: o Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor José, Cardeal da Santa Romana Igreja Ratzinger, o qual se deu o nome Bento XVI»). Novamente uma gritaria total. Foi emocionante a aparição do novo Papa no balcão em frente da Basílica. O povo gritava: “Benedetto! Benedetto! Benedetto!”. Não tive dúvidas: também gritei o nome do novo Papa o mais alto que eu podia. Quando o novo Papa começou a falar, novamente aplausos e gritos emocionados tomaram conta da praça. Sua mensagem foi curta: Queridos irmãos e irmãs: Depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cardeais elegeram a mim, um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e atuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados em sua ajuda permanente, sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, sua santíssima Mãe, está do nosso lado. Obrigado.” No final a esperada bênção do Papa «Urbi et Orbi» (para Roma e para o mundo). Arrepiei-me da cabeça aos pés e me comovi todo, porque era a primeira vez que recebia a bênção «Urbi et Orbi» ali ao vivo na Praça São Pedro.
A TV portuguesa me perguntou: “por que você acha que o Papa escolheu o nome: Bento XVI”. Respondi: “penso que ele quer recordar São Bento, o fundador dos monges beneditinos, que levaram o evangelho a várias partes da Europa, inclusive para a Alemanha, lançando as bases do cristianismo no coração de vários povos. Mas também talvez porque quer recordar o Papa Bento XV, que governou a Igreja nos difíceis anos de 1914 a 1922, ou seja, durante a Primeira Grande Guerra mundial e os anos sucessivos. Ele era não era bem visto por ser considerado um modernista. Mas demonstrou ser um homem preparado para conduzir a Igreja. Talvez ele queira demonstrar que o “clichê” de conservador imposto a ele não tem razão de ser. Uma coisa é ser Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e outra é ser Papa”. Não sei se isto é o motivo pelo qual ele escolheu o nome de Bento XVI, porém esta é a minha primeira impressão.
A eleição de Bento XVI pode gerar inquietações por causa da imagem do cardeal Ratzinger cultivada negativamente em alguns ambientes eclesiásticos e setores da imprensa. Como eu não tenho dúvidas de que a Igreja é conduzida pelo Espírito Santo, tenho a firme convicção de que a eleição de Bento XVI é providencial e trará grandes benefícios tanto para a Igreja e como para o mundo.
O dia 19 de abril de 2005 é um dia que jamais esquecerei!
Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm.

sábado, 12 de abril de 2014

O JUMENTINHO QUE CARREGOU JESUS




O JUMENTINHO QUE CARREGOU JESUS

O jumentinho, que carregou Jesus na entrada triunfal em Jerusalém, ao voltar para sua casa, todo contente, falou para sua mãe:
- Fui à cidade de Jerusalém e quando lá cheguei fui aplaudido, a multidão gritava alegre, estendia seus mantos pelo chão... Todos estavam contentes com minha presença.
Sua mãe questionou se ele estava só e o burrinho disse:
- Não, estava levando um homem com o nome de Jesus.
Então sua mãe falou:
- Filho, volte a essa cidade, mas agora sozinho.
Então o burrinho respondeu:
- Quando eu tiver uma oportunidade, voltarei lá...
Quando retornou sozinho à capital, todos que passavam por ele fizeram o inverso, maltrataram-no, xingaram-no e até mesmo bateram nele.
Voltando para sua casa, disse para sua mãe:
- Estou triste, pois nada aconteceu comigo. Nem palmas, nem mantos, nem honra... Só apanhei, fui xingado e maltratado. Eles não me reconheceram, mamãe...
Indignado o burrinho disse a sua mãe:
- Porque isso aconteceu comigo?
Sua mãe respondeu:
- Meu filho querido, você sem JESUS é só um jumento... 


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